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A mostrar mensagens de dezembro, 2018

"A história do padre rebelde da Madeira"

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"A história do padre rebelde da Madeira" contada pelo programa "Vidas Suspensas" da SIC. Transmitido Terça-feira, 4 de Dezembro de 2018. https://sic.sapo.pt/Programas/vidas-suspensas/videos/2-temporada/2018-12-04-Hoje-em-Vidas-Suspensas-O-padre-rebelde-da-Madeira “VIDAS SUSPENSAS” Mal andaria eu se não abrisse a janela deste Senso&Consenso para retribuir com um abraço de gratidão a gentileza de quem – perto ou longe – achou por bem comentar positivamente a entrevista ao programa “Vidas Suspensas”. Aos que apuseram apreciações negativas também agradeço, precisamente porque a excepção só vem confirmar a regra. Uma palavra muito especial à distinta e arguta jornalista Sofia Pinto Coelho e a toda a sua equipa pelo profissionalismo e pela paciência que demonstraram nos três dias de trabalho na Madeira, sobretudo em Machico, para investigar e aprofundar um “caso” que tem sido um ‘tenebroso tabu’ para a informação regional. E por ser tabu é que aceite

“Horas Más” - o estado calamitoso da nossa Imprensa regional

“Horas Más” é uma magnifica obra de Gabriel Garcia Marques e conta a história de um pequeno vilarejo onde quase todas as manhãs são pregados anonimamente nas portas das casas, panfletos, denunciando a vida privada deste e daquele, nomeadamente casos de infidelidade, segredo de família e amores proibidos. A situação torna-se de tal maneira explosiva e lamacenta, que leva o povoado a uma espécie de Estado-de-sítio, com mortes, vinganças, e com aproveitamentos políticos pelo meio. Deste modo, só espero que a nossa pequena comunidade insular não seja tomada por este género de contágio asqueroso, de gente a escarafunchar na vida privada de cada um, no intuito de alcançar sórdidos e repugnantes objetivos.  Mas, o mais grave e condenável, é haver certa Imprensa da região a indicar dicas e achegas nas suas páginas eletrónicas, com o objetivo patológico de guiarem os seus leitores em direção a este pantanal putrefato.  Digo isto, como também condeno o atual estado da nossa Imprensa es

O que resta de Auschwitz e os paradoxos da biopolítica em nosso tempo

Livro de Giorgio Agamben inspira debate sobre a biopolítica e a importância do testemunho daqueles homo sacer sobreviventes dos campos de concentração nazista. Acredito que Agamben situa a ética do testemunho no problemático limiar que se situa entre a superação do ressentimento (a proposta de Nietzsche , que inaugura a ética do século XX) e a exigência moral da impossibilidade do esquecimento. Não se pode querer que Auschwitz retorne eternamente, assim como não se pode mais ignorar que o essencial de Auschwitz não tem cessado de se repetir; por mais que o ressentimento pelo que aconteceu, sua condenação, e a exigência de manter viva a memória do acontecido, se exerça sobre nós como uma demanda ética irrecusável”. A afirmação é do filósofo Oswaldo Giacoia Junior , na entrevista concedida com exclusividade, por e-mail, à IHU On-Line. De acordo com Giacoia , “as lembranças daquele que dá testemunho são o resgate do indizível, que, no entanto, contém a tenebrosa verdade da biopolítica

Homem, um animal político

Oswaldo Giacoia Junior sustenta que a autoconstituição humana ocorre, segundo a obra de Nietzsche, a partir da passagem da physis ao nomos, da natureza à cultura A modelagem moderna transformou o ser humano em “homem”, com compromissos com valores fundamentais da modernidade cultural e política. Trata-se, na verdade, de um longo processo que remete, antes mesmo da modernidade, a conformações morais que vão do platonismo ao cristianismo de acordo com as condições históricas. “O que se encontra em questão é a aventura de autoconstituição do homem como animal político, da passagem da physis ao nomos, da natureza à cultura: Como criar um animal que pode fazer promessas? Esta é, para Nietzsche, a tarefa paradoxal imposta pela natureza a si mesma, com relação ao homem – é o autêntico problema do homem, entendendo-se como genitivo tanto como objetivo quanto subjetivo”, coloca Oswaldo Giacoia Junior, em entrevista por e-mail à IHU On-Line.  Portanto, o que parece haver no fundo, como i

O esgotamento da política como efeito inevitável da globalização

Reconfiguração do campo político não significa o seu fim, mas a necessidade de repensar práticas e formas de organização, frisa Sérgio Villalobos-Ruminott. Fascismo contemporâneo “não opera em nível cognitivo-categorial”, mas nos afetos e na sua manipulação midiática Em nossos dias, a tendência é “identificar o fascismo com movimentos de direita, no sentido tradicional. Mas é aqui que devemos começar a ser mais precisos, pois o fascismo cruza o campo social de maneira transversal e horizontal, penetrando nos corpos, como diria Foucault, e não apenas mediante a interpelação doutrinária”, observa o sociólogo chileno Sérgio Villalobos-Ruminott, professor da Universidade de Michigan, Estados Unidos. Em sua análise, “o fascismo contemporâneo não opera em nível cognitivo-categorial, mas em nível dos afetos e de sua manipulação midiática, produzindo clichês emotivos e formas identitárias da política. Um dos afetos mais poderosamente mobilizados pelas novas lideranças de direita é, precisa