O assassínio de Rosa Luxemburgo: Uma tragédia e uma farsa
Há cem anos, uma das mais fervorosas defensoras do socialismo internacional era brutalmente executada, a mando de antigos camaradas de partido. Dirigente política ainda no tempo em que as mulheres não podiam votar, Rosa Luxemburgo cofundou o partido comunista alemão, mas não poupou críticas à Revolução Russa. Ícone revolucionário de feministas, pacifistas ou marxistas, sobrevive a sua herança política e a repulsa perante o seu homicídio Quando estalou a repressão contra a esquerda alemã, a 5 de janeiro de 1919, os amigos mais próximos de Rosa Luxemburgo aconselharam-na a abandonar Berlim e a refugiar-se numa cidade mais discreta e, por isso, mais segura. Perante estes apelos, a sua resposta era invariavelmente a mesma. Ora, se os trabalhadores berlinenses não tinham onde se refugiar, abandoná-los seria uma deserção. Rosa Luxemburgo tinha sido libertada da prisão há escassos dois meses, ao fim de três anos de cárcere, e não estava disposta a fugir ao combate, apesar da desigualdade