Um manual de segurança digital para tempos sombrios

Para aqueles que estão engajados no ativismo digital a recomendação mais óbvia é a de que nunca utilizem os seus nomes pessoais nas redes sociais, evitem ao máximo divulgar informações que possam lhes identificar, fotos, descrições da sua rotina pessoal, endereços que frequenta, etc.
Outro ponto fundamental, utilizem sistemas seguros para navegar na internet. Eu não diria para migrarem para o Linux (apesar de recomendar MUITO que o façam — voltaremos ao ponto), mas só de trocar do IE (Internet Explorer) pelo Firefox ou Waterfox já ajuda um pouco. Diria para evitar o Chrome, sobretudo após a notícia de que 17 extensões de VPN (Virtual Private Network) permitem o vazamento de dados DNS de usuários .
Fundamental: No Firefox (ou Chrome e Opera), utilizem as seguintes extensões.
HTTPS Everywhere : Ativa automaticamente o Hyper Text Transfer Protocol Secure —protocolo de transferência de hipertexto seguro.
Privacy Badger : Bloqueia anúncios e impede que sites rastreiem onde você está e o tipo de conteúdo que você visualiza na web.
uBlock Origin : Bloqueia anúncios de maneira eficaz e sem consumo excessivo de memória.
Cookie AutoDelete : Apaga automaticamente os cookies dos sites. (Cookies são arquivos de textos utilizados pelos servidores para armazenar as suas preferências como utilizador.)
Decentraleyes : Protege o utilizador de rastreamento feito através de conteúdo acessado em sites.
Aqui podem encontrar algumas dicas adicionais: https://www.privacytools.io/
Testar a segurança do seu navegador "browser": https://panopticlick.eff.org/
Por fim, recomendo MUITO que troquem o Windows por um sistema operacional mais seguro (Linux ou MacOs, com a diferença fundamental de que o primeiro é totalmente de graça, assim como seus programas). Sobre o Linux especificamente, estamos falando de um sistema operacional virtualmente imune a vírus e trojans (formas amplamente utilizadas para hackear um computador). Distribuições ("versões" do Linux) como Ubuntu , Mint ou Manjaro são extremamente simples de se usar (mais até do que o Windows em vários contextos), completas e muito mais seguras. Aqui há um bom tutorial sobre como instalar o Ubuntu (mas que serve para a maioria das distribuições Linux).
No telemóvel é importante que desabilitem as funções de instalar apps de "fontes desconhecidas" e "localização". A exemplo dos computadores, recomendo que mudem o browser de navegação, utilizem o Brave ou Firefox Focus. Da mesma maneira que recomendei a substituição do Windows (e do MacOs) pelo Linux nos desktops, aqui recomendo que substituam o Android por outros sistemas, como o CopperheadOs (mais recomendável), LineageOS ou o Eelo (essa ainda em fase de testes). A instalação é um pouco mais complexa do que o Linux, mas nada de outro mundo.Aqui há um bom tutorial de como instalar o LineageOS .
Finalizando: Recomendo que utilizem o Signal para enviar e receber mensagens (ele, inclusive, substitui o SMS); migrem do GMAIL para alguma plataforma criptografada, como o Protonmail ou — meu preferido — Tutanota . De fato, evitem ao máximo usar qualquer serviço da Google, inclusive o seu mecanismo de busca.
Ver também:
https://duckduckgo.com/ Ao contrário dos principais motores de busca, este promete anonimato pois afirma não rastrear os utilizadores: não guardar cookies, não armazenar o endereço de IP dos utilizadores, não oferecer log-ins e recorrer a ligações encriptadas para efetuar as pesquisas.
Cypherpunks . Livro de Julian Assange e outros. Para descarregá-lo clique com o botão direito do rato e faça salvar como "Save As..."
por Anarco Esporte Fino
O original encontra-se em desacato.info/um-manual-de-seguranca-digital-para-tempos-sombrios/
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